O coração no chapéu
Eu amo estar aqui
Em frente ao mundo que criei
Dizer a todos o que senti
Ser versista me faz sentir como um rei
Oh grande sombreiro acolhedor de minhas mágoas
Que me protejas do ardor desta grande estrela de calor cadente
E me acolha em sua sombra fresca
E cuide bem desta lágrima escorrente
Sim, eu sou este poeta de vestes largas
Que deita na grama e respira ofegante
Olhar cansado, todo suado e língua amarga
Após mais um dia atuando como andante
Oh coração descontente que tão novo pulsa euforia
Que cê junte os cacos e regenere novamente
Pois eu tenho a graça do sol para iluminar mais um dia
Pois hoje é um belo dia para se dizer sorridente
Meu companheiro de cachola
Que percorre na chuva sorridente
Escuta todas as conversas que me amola
E sente pulsar também esse coração ardente
Eu já me desgastei desses amores
De tanta dor que tive
Dessa crônica cruel de horrores
E falta de amor que ainda mantive
Quero amar sem pensar em consequências
Que seja recíproco e sem cobrança
Que dure o bastante para adicionar as reticências
E que quando fique velho seja uma boa lembrança
Ai, ai... Dias chuvosos foram esses
Mas eu não pude apenas descansar
Até fui desprovido daquele que me ensinou escrever milhões de vezes
Então em meio a chuva eu só pude chorar
É meu querido chapéu, formei um novo poema
Mais um agoniante que ficará na estante
E novamente serei contra o dilema
E continuarei em casa escondendo o andante
Desfilo entre a rua cruzada
E desperdício com todo a história
De um bêbado sentado na sacada
Que sonha em reencontrar sua vitória
Esses dias chuvosos novamente
Não me fazem falta um guarda-chuva
Eu ando de forma prudente
Pois não me incomodo mais com os que saem daquela curva
Aquele que chega em meio a plateia
Escuta tudo para dizer balela
Do alto do mastro em meio ao que rodeia
Somos versistas a procura de uma história bela