Ode ao Digital Influencer
Comemoremos a decaída
A máquina parira outro conceito
Mais humano e íntimo
Para consternar seus distratores
Aos fins, o galanteio
Aos olhos, o romance da persona
Aos finados, a minha aventurança
Aos presentes, um pedido, tuas joias por espelhos
Adônis e Afrodite
Fundem-se em um impasse
Qual destes será nosso deus?
O com maior número de devotos
Sussurra uma voz neutra:
Escolham ambos e dividam o tempo
Uma voz polida pende à Adônis: Rosto de horário nobre
Uma voz rouca prefere Afrodite: Suas silhuetas nos renderão palmas
A estética celebrativa:
Amarelo anemia
Vermelho fast food
Coroação morte e vida fígado
O templo que lhe prende
É a demora em consultórios
Drenagens e preenchimentos
Cadáveres de frívolos sorrisos esculpidos
Híbrido de revanche e paz
Consternado conforto
Não pode mais exercer sua vontade
Estuda formas de adaptar-se
As estrelas falecidas
Perdem seu espetáculo
E revelam a reverência
À guerra contra os ponteiros no relógio