A insônia de ícaro

O grande fardo do sonhador

Agarrar-se a um conto em busca de fervor

Procuro bem mais que clamar ao senhor

Eu quero livrar o peso de toda essa dor

Venho com minhas vestes aladas

Para buscar além das badaladas

Um motivo sem resguardadas

E apresentar-lhes a determinação dos homens com presas guardadas

Um versista sem pudor de errar

Que trancou todo trabalho e jogou no mar

Para ter a esperança que mesmo sem guardar

Ela venha a um dia retornar

Sou o título rebelde com uma ambição

Talvez um homem com culhão

Que nem mesmo dos grandes escutará sermão

De seus humildes trechos escritos a mão

Retornarei sem a queda deste homem azarado

Que teve seu desejo carbonizado

E hoje é subjugado

Sem nem sequer ter errado

Sou o herói manifestado como herege

Que tem um sonho ao qual protege

Para cruzar o mundo que o emerge

E dizer no fim que consege

Errei o verso peço perdão

Palavras livres feitas a mão

A liberdade poética é minha desde então

Sou feito ícaro, quero o céu e mais um montão

Sim, sou o Kitro do café e a bancada

Que gritou Julieta abaixo da sacada

Escreveu mais um verso sem medo de nada

Nessa silenciosa e gritante insônia da madrugada

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 28/01/2022
Reeditado em 15/02/2022
Código do texto: T7439029
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