ser.ambiental@vida.com
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Maria do Carmo Apolinario
Sou uno e múltiplo neste universo que me acolhe: extremidades
em que se dependuram contrastivamente, o amor e a dor,
o completo e o inacabado; o local e o distante.
Sou homem, genérico ser, revestido de verdes folhagens
Oxigênio vital, indispensável à continuação de mim mesma.
Sou vida, seiva invisível, metaforicamente ambientalista, resisto.
Vejo Chico sangrando, de braços abertos, velhos cedros caídos, expiam
de mim a avareza brutal, culpa inconsciente sussurra um gemido, jequitibá!
Meu mundo verde é minha casa, agoniza em fumaça, pede socorro, Oxalá.
Chora minha prole de sede, já há não mais o que beber. Capibaribe! Tapajós!
Não há respost@s, o meu apelo é vã. A bolsa, valorosamente, impõe um grito
consumista. Sobra o nosso lixo de todas as horas, presunçosamente invade
o meu País e suja de arrogância a antessala palaciana. Diplomacia ambiental.
Novos rótulos se multiplicam, chefes abarrotam a lata de lixo, cotidianamente.
Minha voz insiste neste ambiente em que sou natureza cósmica indissolúvel.
A minha esperança é verde clorofila, envolta em aroma existencial, renova-se
em cada célula que habita o universo. Esperança contida, fraternalmente.
Somos uno e múltiplo. Choramos a desambientação da nossa casa, o planeta.
Indagamos onde abrigar nossos descendentes, devolver-lhes a natureza.
Uma provocação à consciência e às atitudes antiambientalistas.