Esculpidor de gelo
Fiz da moléstia o meu seguir e viver
Fiz um ar fino de aterro raso
Perguntava o ensejo - um esperançado santo
Como aturar faz o entardecer defaso?
Quase de fato insensível, o miserável aos olhos
Se revela entre luzes turquesas, fuma pedras turmalinas
Quase que de fato farto, o incompreensível
Com brilho de decanto, alma a névoa de fibrina
Fiz uma falsa estima ressuscitar e viver sem ar
Fiz um necromaco de gelo e empoeirado avaro
Cadente de espírito, me esculpo em talhar
Entala na goela mais um desditoso sarro
Quase de fato invisível, discreto aos maus olhos
Se vela entre ases de sua natureza, ave rapina
Quase que de fato farto o esculpidor de gelo
Asa do recôncavo meu por goladas de cafeína.