Fazenda
Há algo de estranho no meu coração
sempre que passo por ti
e te vejo daquele jeito.
É que fui ensinado que o que é belo
não pode ser desfeito,
aquele brilho e pureza da natureza,
o alívio de te encontrar nas tardes secas.
Pequena lembrança
que anda alimentando
minha inocente esperança.
Quando te encontrei fingi normalidade,
difícil suportar toda essa perversidade,
porque fui ensinado a aplaudir
o que é belo.
Aquela tua força perto do pé de mangueira,
aquela cor que só você tinha por inteira,
o sabor que aliviava a suadeira.
Gostaria de dizer que te veria outra vez
como mais um passeio de domingo
para fazer o que sempre fiz
e achava que iria fazer.
Mas te transformaram num monstro
e quando te olho
sinto que te perdi de vez.