CHUVAS
Maria de Fatima Delfina de Moraes
A chuva não cai no sertão
e a dor em meu peito eleva
como cultivar o pão
em terra seca, só treva.
Já não há vegetação
e de fome morreu meu gado
terra sangra em rachaduras
acabando com meu legado.
Oh Deus, traga água para cá!
Enquanto o Sul inunda
dói-nos a seca, a nos matar.
E de fome morreu meu gado!
***
Agradecendo a bela interação do amado Jacó Filho
SERTÃO SEM CHUVA
Jacó Filho
A miséria traduzida em votos certos,
Quando a seca no sertão, os facilita...
O coração do candidato bem palpita,
O valor da fome, naqueles desertos...
Do São Francisco, promete o desvio,
Mas só do recurso mudam o destino...
O sertanejo chora vendo assassinos,
Afirmando na TV que findará o estio...
Dirigido com esmola há tantos anos,
Que já não distingue o autor do erro...
Morre gado, gente, e não há enterro...
Ossos expostas revelam desenganos,
A quem já vive os castigos do relevo...
E perdeu a fé em Deus e no governo...
***