CHUVAS

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes

 

 

A chuva não cai no sertão

e a dor em meu peito eleva

como cultivar o pão

em terra seca, só treva.

 

Já não há vegetação

e de fome morreu meu gado

terra sangra em rachaduras

acabando com meu legado.

 

Oh Deus, traga água para cá!

Enquanto o Sul inunda

dói-nos a seca, a nos matar.

 

E de fome morreu meu gado!

 

***

 

Agradecendo a bela interação do amado Jacó Filho

 

SERTÃO SEM CHUVA

 

Jacó Filho

 

A miséria traduzida em votos certos,

Quando a seca no sertão, os facilita...

O coração do candidato bem palpita,

O valor da fome, naqueles desertos...

 

Do São Francisco, promete o desvio,

Mas só do recurso mudam o destino...

O sertanejo chora vendo assassinos,

Afirmando na TV que findará o estio...

 

Dirigido com esmola há tantos anos,

Que já não distingue o autor do erro...

Morre gado, gente, e não há enterro...

 

Ossos expostas revelam desenganos,

A quem já vive os castigos do relevo...

E perdeu a fé em Deus e no governo...

 

***

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 08/01/2022
Reeditado em 18/01/2022
Código do texto: T7424736
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