ESMIUÇANDO A FOME
No cintilar de uma manhã morena
Contemplo com fome a luz do farol
Moças, pastéis, verdes caldos de cana
O azul não tão musgo da prata do anzol
Um marrom meio barraca de feira
Com cheiro molhado de chuva e marfim
Anuncia o querer dos quereres
De choro ou de grito qualquer dentro em mim
Desejo e fome tão inconscientes
Não tão sapientes pois que inconsequentes
Sem nada que avance à concretude natural
Padece de medo e de veracidade
Que nas cores tristes daqui da cidade
Tudo isso possa parecer tão normal