ESMIUÇANDO A FOME

No cintilar de uma manhã morena

Contemplo com fome a luz do farol

Moças, pastéis, verdes caldos de cana

O azul não tão musgo da prata do anzol

Um marrom meio barraca de feira

Com cheiro molhado de chuva e marfim

Anuncia o querer dos quereres

De choro ou de grito qualquer dentro em mim

Desejo e fome tão inconscientes

Não tão sapientes pois que inconsequentes

Sem nada que avance à concretude natural

Padece de medo e de veracidade

Que nas cores tristes daqui da cidade

Tudo isso possa parecer tão normal

Guillherme Sotero
Enviado por Guillherme Sotero em 16/11/2021
Código do texto: T7386657
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