Poeira vermelha
Era a poeira vermelha!
Que na metade do dia já marcava o rosto
O entorno dos olhos,
Já manchava a camisa;
E debaixo da unha, canseira de esfregar.
Era a poeira que nublava quando o vento batia,
Que sujava e fazia assoviar a vassoura.
A poeira que atrapalhava a vida do verdureiro Enquanto ele chacoalhava pela estrada de pedra calçada, a carroça.
Era a poeira vermelha que a tudo perfumava
Quando caia a primeira chuav... era a poeira.
À beira-mar vem a brisa,
Eu pensei ser a vida dos sonhos.
Quebra a onda e me fatiga;
Areia a perder-se a vista;
Eu, sem eira nem beira,
Saudosa da minha poeira.