EU PESCA DOR DE MIM
EU PESCA DOR DE MIM
Há algo de que eu não participei
Mas me surgi cabeçudo estimulado
Aquele ato sem sensatez nem contato
Comigo me deu origem no grito
Teria sido berro, uivo ou vagido
Quando minha fronte da dimensão
Amniótica do mundo da água saltou
Para a fonte do mundo dos vícios
Eu teria de me assimilar, de me
Pescar nas águas turvas da cama
No berço da criança, eu não sabia
Dizer algo sobre mim. Comigo,
Quem me traduziria um ser aflito
A agitar bracinhos acanhados no rito
De sobreviver no choro do mundo
Quantos semelhantes a mim
Teriam nascido naquele dia, dia de sol???
De chuva, de nostalgia, de protestos
Enfrentamentos, ardis, atritos???
Eu, brinquedo quedo no universo
Retido, intranquilo, no globo astucioso
Dos interesses vegetativos!!! Anjo
Torto poetizado por Drummond
Um chato de um querubim no dizer
Xucro do Chico, estava eu próximo
De mim??? Fui escalado por quem
Para ser de todo bom, ruim??? De inocência
Nunca existente, suavizaria a rejeição
Sempre presente em redor de mim
Atacar-me-ia no Congresso na polis
Dos motins??? Correria mundo do Capitólio
Da capital federal dos poderes chinfrins!!!
O certo é que estou aqui, mas que tenho
Eu com isso, esse fardo??? Eu, que na verdade
Ainda mais acredito no plenário, no cenário
E juízes templários da Operação Lava-Jato!!!