Cotidiano

Abro os olhos.

Ouço o ruído e nele a vida era a mesma.

Espero chegar a voz.

Fico imaginando as cenas da manhã;

"Precisam dos telhados os quartos da casa?”.

Grita por socorro o bule derramando.

Dois puxões e a cama me joga da cama.

E eu, sem perceber ainda ao certo ao que o cérebro me serve,

como se houvesse um estranho na mente,

corro até a cozinha,

salvo o bule, tomo um café.

Acordo, finalmente.

Capricho nas mãos o verso que apanho na fruteira.

Me tacam gracejos, me crescem pulseiras.

Eis o meu poema de segunda-feira.