O DESERTO
O deserto que em meu peito mora
no meu rosto chora
alagando a esperança
O frio que lá fora habita
me excita a fazer o bem
mesmo no cotidiano
dum frenético vai e vem
No olhar que hoje se esconde
num andar, abaixa a fronte
sem dinheiro, sem remédio,
vencendo o tédio
Moram ali, debaixo da ponte
em contraste com edifícios palacianos
“Não sou mendigo, não estou roubando”
Vendem bombons nos sinais
Às vezes, visto ajoelhados
Em frente as suntuosas catedrais.
A cidade virou um deserto
numa arquitetura fracassada
todos têm suas casas,
e outros, as casas fazem de conta:
são as ruas, as praças,
as calçadas...
neste asfalto frio...
Um deserto sombrio.
https://paginasinfinitas.blogspot.com/