Céu de Baunilha
Não é o olhar profundo e cálido que desponta
Ou as madeixas que emolduram toda a face
Ou o contorno tão sereno do teu rosto
Ou a espera que enfim o dia passe
Não é o tom leve da voz murmurejante
Ou o pensamento firme e decidido
Ou as inspirações de sonhos tantos
Ou os poemas, que tens-me concebido
São as sutilezas da tua existência
É o teu íntimo oculto por ainda
É o desejo de um novo conhecer-te
É o anseio á esperar a tua vinda
São as palavras tuas que eu bebo
É o riso incontido, pela graça
É a expressão da tua imagem tão sem medo
É ser assim, uma vez vinho, outra vez taça
Torre forte que reveste-se de sombras
Não denota , ou sou eu que não enxergo
Não é questão de uma conquista barata
Nem é coisa de mexer no próprio égo
Talvez a busca de um poeta que deseja
Provar do âmago sublime das palavras
E se perde o pensamento que contempla
E tenta divisar águas tão bravas
E sonha como perfeito seria o momento
Mesmo na efêmeridade natural do sonho
Ter por por fim os lábios entreabertos
Beijados pelos versos que componho
Ah, menina, ninfa alada da floresta
Como cativar o teu olhar tão lânguido
Ao som de versos, uma musica ou orquestra
Fazer-te reagir ao meu poema
Dá me ao menos um encanto eu te peço
Um sinal de que compreende o meu desejo
Quero apenas ter a rima mais perfeita
Eternizando o meu verso no teu beijo