Céu de Baunilha

Não é o olhar profundo e cálido que desponta

Ou as madeixas que emolduram toda a face

Ou o contorno tão sereno do teu rosto

Ou a espera que enfim o dia passe

Não é o tom leve da voz murmurejante

Ou o pensamento firme e decidido

Ou as inspirações de sonhos tantos

Ou os poemas, que tens-me concebido

São as sutilezas da tua existência

É o teu íntimo oculto por ainda

É o desejo de um novo conhecer-te

É o anseio á esperar a tua vinda

São as palavras tuas que eu bebo

É o riso incontido, pela graça

É a expressão da tua imagem tão sem medo

É ser assim, uma vez vinho, outra vez taça

Torre forte que reveste-se de sombras

Não denota , ou sou eu que não enxergo

Não é questão de uma conquista barata

Nem é coisa de mexer no próprio égo

Talvez a busca de um poeta que deseja

Provar do âmago sublime das palavras

E se perde o pensamento que contempla

E tenta divisar águas tão bravas

E sonha como perfeito seria o momento

Mesmo na efêmeridade natural do sonho

Ter por por fim os lábios entreabertos

Beijados pelos versos que componho

Ah, menina, ninfa alada da floresta

Como cativar o teu olhar tão lânguido

Ao som de versos, uma musica ou orquestra

Fazer-te reagir ao meu poema

Dá me ao menos um encanto eu te peço

Um sinal de que compreende o meu desejo

Quero apenas ter a rima mais perfeita

Eternizando o meu verso no teu beijo

Moisés Lopes
Enviado por Moisés Lopes em 30/07/2021
Reeditado em 20/09/2022
Código do texto: T7310782
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