Nas redes sociais e no céu
Estamos em meio à multidão
Que no momento caminham
Sobre os próprios pés.
E não carregados em caixões.
Como assim o foram e são
As centenas e dezenas
De vítimas do COVID-19.
Arrancados abruptamente
Da vida e de quem amavam.
Quantas crianças órfãs
Agora se encontram
Num abraço desvaziado
Do amor de pai e de mãe?
Quantas famílias incompletas
Agora sentam à mesa
Para as suas refeições?
Quantos travesseiros frios
Queimam em saudades?
Quantas escovas de dentes
Jogadas fora, ou não, né mesmo?
E a saudade de tão grande
Que já não cabe mais. O que fazer?
Talvez pareça triste ver os entes
Pelas redes sociais, mas só parece.
Estamos em distanciamento social
E não em distanciamento final.
Como muitos nesse instante vivenciam.
A saudade que sentimos de quem amamos
Basta acessarmos as redes sociais
E lá encontraremos todos os entes mais caros.
Enquanto que centenas de pessoas
Não terão o mesmo contentamento.
De acessar as redes sociais
E lá encontrarem os seus entes mais caros.
Porque eles agora são estrelas, seres celestiais...
Canguaretama-RN, 25 de junho de 2021. 17hs58min.