Vilões
Oito e pouca
Frio da porra
Treze graus lá fora
Aqui dentro, treze pensamentos
Dez são seus
Mas tu não me nota
Não sabe o barulho que esse peito velho faz
Tipo motor engasgado
Me encho de álcool pra não encher de raiva
Amor tá mais caro que gasolina
Luxo pra poucos.
Escrevo uns versos sem sentido às vezes
Ouvi dizer que tem uns loucos que lêem
Sempre vai ter alguém pra entender nossa loucura
Talvez a cura não seja se curar, mas entender
Entender a fonte de nossa própria insanidade é um tiro no escuro ou talvez se embriagar do elixir da imortalidade.
Me ouça, não escreva mais essas cartas de amor
Depois que acaba é mais monótono que fila de banco
Mais clichê que o rádio do Uber ligado na JB.
Cartas de amor são como poemas
São como essas tolas linhas que escrevo
90% imaginação
2% realidade
5% interpretação
3%...
Bom 3% é loucura, como toda boa paixão
Como todo bom poeta
E talvez isso aqui seja tudo uma mentira
As frases, os versos, você, eu
Já pensou se somos "The Sims" de um cara chamado Deus?
Capitu me disse que existe uma divindade que nos dá golpes de realidade
Só avisa o Tarantino da vida, que se for verdade, a Beatrix chegou
Entro na caverna do dragão
Mato o vingador
E roubo o papel de vilão
Nem você, nem o Bill vão me achar.