Desigualdade social
Estou confinado, escrevendo
La fora chove copiosamente
Penso nos sem abrigo, ofendo?
No conforto, sinto-me doente.
Situação que não deixa calar
Uns com muito, muitos sem nada
Alguns não se deixam abalar
Resta viver como alma penada.
Num mundo desigual, de indiferença
Difícil é ter harmonia, paz e alegria
O discurso é só metáfora, alegoria.
A vida se transforma em carnaval
No asfalto, os pobres viram majestades
Ao lado de lindas e reais celebridades.
Gilberto Carvalho Pereira
Fortaleza, Ceará, Brasil
Publicado em Coletânea do Horizonte da Poesia, Lisboa, PT, maio de 2021