DOCES LEMBRANÇAS
Hoje, até o cão desconfia
de quem assovia
andando à pé na rua;
o níveo osso da desconfiança
dorme como uma criança,
observado pela lua...
Um dia, nos olhávamos de frente,
confiantes,
éramos um outro tipo de gente,
constantes,
dávamos as mãos em cumprimento,
pura saudação,
éramos felizes, todos, por dentro,
havia um pacto de paz
entre a criança, o adulto
e o rapaz...
Fiquemos nesta lembrança,
maravilhosa,
éramos todos como crianças
com alma gasosa,
ríamos àtoa,
batíamos palmas ruidosas,
o tempo a memória esboroa,
mas fica a sensação gostosa...