Adão da Lagoinha



Adão e seu olhar de solidão
marquises, praças e esquinas

ao ar livre sorrisos, doces, refrigerante
um ser estranho entre as estranhezas que é o mundo
mais um ser estranho entre a miudeza

passos apressados, olhares de lado
curiosidade, muitas perguntas, poucos abraços
a paz reinava no interior do ser

não aceitava sua saída das ruas
recusava convites
e quando o retiravam das ruas
sempre voltava, do mesmo jeito
esquinas praças escadas de igrejas

e perguntado, sobre o que nele passava
o motivo de dormir na rua
ele respondia
"Eu gosto de dormir olhando para as estrelas"

terra de ninguém
terra nua
Emmanuel Almeida
Enviado por Emmanuel Almeida em 26/05/2021
Código do texto: T7264440
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