Tempo e pandemia
Menos um dia
Ou seria, mais um dia?
Sentada, vejo da janela
O tempo passar
E a saudade no meu peito
Que insiste em aumentar…
Saudade,
De um tempo em que eu podia lhe abraçar
Saudade,
De um tempo em que era seguro caminhar
Oh, tempo
Que as vezes corre tão ligeiro
Diante do passar do calendário
Oh, tempo
Que as que as vezes é tão sorrateiro
Diante do passar em isolamento
Sigo Só… Em distanciamento
Eu e o silêncio das ausências
Eu e o grito das notícias
Sigo só… Em tempos de tormento
Entre devaneios e séries
Tento me entreter
Entre receios e lives
Tento me convencer
Que vai passar
Que tudo vai normalizar
Mas, não passa….
Que tempos,
Onde as politicagens
Sobrepõe-se a vida
Onde sujas engrenagens
Deixa mais uma família desprovida
Cadê o bom senso?
Cadê o consenso?
Mais um, menos um
Tanto faz, como sempre tanto fez
A hipocrisia propaga a estupidez
Mas e a economia? E a fome?
Põe a máscara
Quando sempre foi o lucro
A pandemia desmascara
Quando sempre foi a mais valia
A desigualdade escancara
Que tempos!