SONO
O sono, quando vem,
nos tira da crueza real;
longe do desdém,
nos leva ao sensorial...
Aquele sonho esperado,
com a mulher amada,
ou o pesadelo pesado,
na garganta a espada..
Dormir, contrário de acordar,
acordar, oposto de dormir,
despertar no fundo do mar,
como chama azul, fluir...
Escapa das mãos, no sono,
as rédeas do trem, do metrô;
a palavra certa é abandono,
mergulho profundo no ofurô...
Acordar é o golpe mortal
no reino da letargia;
deixamos o campo surreal
e voltamos ao reino da poesia...