EU SOU A VACINA* (15/03/2021)
Eu me apequeno a cada louvor
Acosto-me a dor das margaridas
Sou o silêncio das covas floridas
(Que recebe por dia um sonho de amor)
Sou a abelha que leva consigo
O segredo mais terno do amigo fiel
E que poliniza aqueles que ficam
Para não criar mofo abaixo do céu
Acordo aqueles que ainda têm tempo
Sopro as narinas dos que não têm vida
vida, tempo; tempo, vida
Sou meio coveiro e meio defunto
Semente (que seca) na terra arenosa
Lágrima chorosa a cada partida
Não há mais "morrentes" aqui, meu Senhor
Eu sou a vacina - acabou, acabou!!