A VOZ PODE ATÉ SER EMUDECIDA, MAS AS PALAVRAS NÃO
Quando tive minha narrativa interrompida pela primeira vez, entendi. Pensei que a outra pessoa tinha algo pra complementar na fala, então calei, guardei o pensamento.
Quando fui interrompida de concluir o pensamento pela segunda, terceira vez, fiquei entristecida, respirei fundo e pensei: talvez essa pessoa esteja com ansiedade e tenha sede para falar, então vou respeitar.
Quando as interrupções tornaram- se frequentes, já não eram apenas interrupções, eram silenciamentos, era minha voz sendo impedida de ecoar.
A reflexão voltou com toda força e fiquei me perguntando po porquê eu teria que me calar, pq eu teria que entender a falta de respeito e empatia do outro.
E cada vez que tentarem me silenciar, farei um texto. Falarei mais no meu ritmo, do meu jeito.
Só não aceito que me tirem a liberdade de dizer e ser.