Feira de interior

E assim, de madrugada,

A feira vai se acordando;

Se veste de movimento:

Um vendendo, outro comprando...

Uma rua, rua e meia;

E tome mais rua cheia!

A feira vai se vestindo!

Nesse fervilhar constante

De vendedor ambulante

Gritando e se repetindo

Um freguês, outro freguês...

Freguês a perder de vista!

Barracas e mais barracas;

Mercadoria e fretista...

O sol com o olho de fora

E a feira não demora

A se encher por inteira!

É um coração agitado,

Vivo, batendo apressado

Movendo a alma da feira

De manhã, é feira viva:

Jovem, vigorosa e forte!

Ao meio-dia, arquejando,

Já respira a própria morte...

Do meio-dia em diante,

Vão-se o freguês e o feirante;

Sua morte é decretada!

E, em oito dias, somente,

Reviverá novamente,

Qual fênix ressuscitada!