Sozinha

Sozinha

Em ecos pelo ar, entoados em dor,

lamentos profundos visíveis, sofridos.

Da vida solitária sem ter um amor,

que o viver negou, não lhe foi concedido!

A sina maldita carrega na vida,

Seguindo caminhos sem rumo sem volta.

Seu norte perdeu por não ser preferida.

E leva na mente uma triste revolta.

Sem ter esperança, sem brilho no olhar;

Nos lábios o sorriso morreu lentamente.

A face tão pálida perdeu o corar,

Tornou — se mulher tão sofrida e carente.

Lição aprendida com o sofrimento;

A fez um alguém que não crê em que ouvir.

Com olhos tão secos segue sem lamento,

Não pensa no agora, sequer no porvir.

Todos os momentos são sempre vazios.

Não pede clemência, não pede um alento!

Com manta se cobre e palmilha no frio.

Su'a casa é o lugar onde se esconde o vento

Márcia A Mancebo