TALVEZ
Talvez
Se, caso, porém, talvez.
Fontes indagatórias.
Conotam dúvida.
Conota desconfiança.
Talvez.
Talvez seja receio.
Talvez seja medo do fim, por isso se permanece no meio.
Talvez eu seja um mar transbordante que não mata a sede.
Talvez esse seja um fraco que é sempre apanhado na rede.
Talvez eu seja uma fonte desconhecida.
Que por sinal, nunca explorado por uma sociedade aborrecida.
Talvez seja eu o príncipe desejado e sonhado por elas.
Sim.
Se nunca experimentou a essência de mim, não pode me diminuir.
Kkkk talvez, eu seja mesmo o nada, o pó, uma alma a ser encontrada.
E se eu fosse mais que isso.
Ao a acaso não sou a fonte do paraíso.
Sou a semelhança da criação.
Meus feitos são banais.
Minha mente é cheia de temporais.
Meu barco talvez supere o alto mar e descanse no cais.
A vida é solene e contrita.
Cheia de indagações e razões.
Talvez um dia ache resposta.
Além.
Hoje porém, sou um grito.
Ainda que meu semelhante é surdo.
Talvez deveria ser voz.
Ou talvez dissonante soar ouvidos sensíveis.
Ouvir o que o semelhante fala a nós.
Ou melhor, disputar, desafiar o algoz.
Quem sabe talvez eu vença.
A fé seja a crença.
Sair da bagagem do talvez.
Sempre tentar outra vez.
Eu creio.
Eu tenho fé.
Eu sei.
E porque o talvez??
Simplesmente viver as possibilidades.
Porém, se, caso, talvez.
Não, não, não.
Uma política de mundo cão.
Embriaga a sensatez.
Mas a dúvida é sua.
Eu sei.
E eu.
Talvez.
Giovane Silva Santos