LAGRIMA NEGRA

LAGRIMA NEGRA

Sou uma lagrima negra,

Lagrima negra... Eu sou, lagrima

negra, para o olhar vazio de lacre,

que o senhor me circundou.

Lagrima negra expelida da noite fria,

que passei atado a um totem.

Como lagrima negra... Já dormi sobre...

Porão, calabouço, grades e outros ossos.

Já tive meus punhos sob amarras

correntes cadeados e laços, empunhados

por mãos de mentecapto.

Eu sou aquela lagrima negra caída sem

compaixão atirada ao vento sem direito

a um coração. Lagrima negra olhada

como bicho, que só serve para sofrer

os desmandos de seus danos.

Uma lagrima que chorou pelo seu filho

e também chorou pelos grilos que

grilaram todo um mundo em descarrilo.

Antonio Monte.

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 10/02/2021
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