LAGRIMA NEGRA
LAGRIMA NEGRA
Sou uma lagrima negra,
Lagrima negra... Eu sou, lagrima
negra, para o olhar vazio de lacre,
que o senhor me circundou.
Lagrima negra expelida da noite fria,
que passei atado a um totem.
Como lagrima negra... Já dormi sobre...
Porão, calabouço, grades e outros ossos.
Já tive meus punhos sob amarras
correntes cadeados e laços, empunhados
por mãos de mentecapto.
Eu sou aquela lagrima negra caída sem
compaixão atirada ao vento sem direito
a um coração. Lagrima negra olhada
como bicho, que só serve para sofrer
os desmandos de seus danos.
Uma lagrima que chorou pelo seu filho
e também chorou pelos grilos que
grilaram todo um mundo em descarrilo.
Antonio Monte.