INVISÍVEL ARVORAR
INVISÍVEL ARVORAR
De areia movediça, fizeram o meu
espelho. Hoje eu me sinto sumir...
Cada vez que eu olho para ele,
cada vez que ele esta à me refletir.
Já não tenho sol e a minha luminária
encontra-se amarelada sob a fotografia
da vida. Sinto-me, rodopiando sobre
notas imaginarias... O meu desvario me
faz desarvorar nessas valise antiquada.
Acabaram com a minha solidez.
Estou rente às minhas retinas...
sufocando sob lagrimas que lagrimejam
o lacre dessa paixão medieval.
Não sei se olho o meu dicionário
ou se me alfabeto de uma só vez.
O que sei é, que adormeci sob meu
invisível. Estou movendo-me, com a
minha ampulheta... A cada dia eu me
remexo mais nessa estranha e invisível gruta.
Tenho-me, sufocando nessa valise deserta,
desertando de mim mesmo.
Antonio Montes