O CRIME DO PUM

O CRIME DO PUM

Carlos Roberto

A polícia foi acionada

Para uma diligência inédita

Um rico mal humorado

Foi reclamar de coisa fétida

Na festa de quinze anos

De sua filha caçula

Alguém por debaixo dos panos

Peidava como uma mula

No boletim de ocorrência

Era só registrar no papel

Ao policial a incumbência

Cumprindo o seu label

A perfumada pendência

Era coisa inusitada

Não havia confidência

De uma tremenda bufada

Foram cumprir o mandado

A prisão do pum foi decretada

Quando chegaram na festa

O ambiente estava contaminado

O mal cheiro tomava conta

A coisa estava pra treta

O meliante não tinha placa na testa

Tinham que buscar uma ponta

O militar empunha a caneta

Era preciso identificar o culpado

Quem usava a baioneta

Pra fazer aquela cagada

A situação ficou preta

Até o peido sofreu

Pensaram que fosse treta

O guarda quase morreu

Naquele triste cenario

Não possuía antecedentes

O pum era réu primário

Não havia coisas pendentes

Ele só agia escondido

Trancado no armário

No quarto da sua casa

Parecia conto do vigário

A mulher o vigiava

Era ferrenha a marcação

Na hora que estava deitada

Era perigo pro cagao

Debaixo do cobertor

Pra ele não tinha espaço

Aquele seu duro odor

Perguntava o que faço

Para não soltar o rojão

Ela trancava a porta

Aquele nojento bujão

Levava uma vida torta

Não podia ter fedor

Se ele soltasse aquilo

Havia um grande temor

Seria um tremendo horror

Ao policial responsável

Alegou liberdade de expressão

Ou eu saía do bucho

Ou curto a minha própria prisão

Pediram a identidade

Pum respondeu que não tinha

Queriam saber a idade

Apenas disse adivinha

Tiveram que abortar

A inusitada operação

O pum ficou sem peidar

A polícia recolheu o camburão

Carlos RMS
Enviado por Carlos RMS em 08/02/2021
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