TOALHA & PANO
TOALHA & PANO
Como pano de chão...
Eu limpo dejetos, produzido por resto
de lixo... Lixo acumulo pela ansiedade
e gula, dos seres humanos.
Tenho limpado... Cozinha, sala, banheiro,
terreiro de piso. E tudo aquilo, que causa
grilo e o povo pisa... Em tudo isso e sobre
isso... Eu não me esquivo.
... Já como pano de chão... Eu sou torcido
espremido batido, não me dão espaço
para aquilo que respiro e nem para aquelas
pequenas coisas que digo.
Hoje eu sou pano de chão, mas um dia, já
fui toalha pendurada ao sol...
Como toalha eu senti o timbre da sua
sensualidade e o frenesi da sua paixão.
Tive envolta da sua pele, senti o aroma
da derme, macia e perfumada.
Me debati à brisa, chilreei aos ventos e
no dia de desgosto...
Enxuguei seu rosto, quando não entendeu
os tombos dos seus sentimentos.
Quanto toalha, já estive em seu corpo
rígido, ouvi seus ouvidos e participei do
seu silencio tenebroso e tímido.
Antonio Montes