O PASSAR

O PASSAR

A moça da minha rua

passa a calçada passeando

ai passam os olhos n'ela

e o mundo fica olhando.

Passa à dias... Todos dias

passa sedo e passa a tarde,

de salto alto, quem diria!

Que o passado passa covarde.

Passa fora a direção

em passos e passadas largas

passa quem estende a mão

com vontade, de quem afaga.

A moça da minha rua...

Passa o tempo à passar

ela passa daqui p'ra lá...

E logo... Ela passa p'ra cá.

Passa o tempo todo, passando

sem deixar nem afastar...

E o povo, passam os olhos

no seu jeito de passear.

Passa a fala o passador

já passando o seu clamar

a moça passa o amor

tencionado passar o amar.

No aconchego o delírio

passa com afago e sopro

misturando tudo aquilo

p'ra volúpia deixar louco.

A moça da minha rua

passa a boca no fuxico,

paixão vai passando nua

o silencio passa ridículo.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 07/02/2021
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