O PASSAR
O PASSAR
A moça da minha rua
passa a calçada passeando
ai passam os olhos n'ela
e o mundo fica olhando.
Passa à dias... Todos dias
passa sedo e passa a tarde,
de salto alto, quem diria!
Que o passado passa covarde.
Passa fora a direção
em passos e passadas largas
passa quem estende a mão
com vontade, de quem afaga.
A moça da minha rua...
Passa o tempo à passar
ela passa daqui p'ra lá...
E logo... Ela passa p'ra cá.
Passa o tempo todo, passando
sem deixar nem afastar...
E o povo, passam os olhos
no seu jeito de passear.
Passa a fala o passador
já passando o seu clamar
a moça passa o amor
tencionado passar o amar.
No aconchego o delírio
passa com afago e sopro
misturando tudo aquilo
p'ra volúpia deixar louco.
A moça da minha rua
passa a boca no fuxico,
paixão vai passando nua
o silencio passa ridículo.
Antonio Montes