Estrada da vida

Estrada da vida

O sol não pintou nessa manhã tão escura,

só o vento ligeiro que está a assobiar.

Me cubro com véu tal mulher já madura;

com passos bem firmes eu vou caminhar.

Eu quero sentir a fragrância das flores,

Eu quero ouvir, pássaros, com seu cantar.

Eu quero sair pra dar fim para as dores

que toda manhã teima em vir maltratar!

Chibata sem dó todo corpo alquebrado

da luta dos anos, um prêmio alcançado.

Chegar até aqui no trilhar tão cansado

com fé no porvir sem sequer, ter traçado.

É dádiva, é graça de Deus por me amar.

Que não me abandona, nem tira a razão.

pra que eu não desista do meu palmilhar

na estrada da vida tão cheia de vãos.

Márcia A Mancebo