Do que como, do que me alimento e o que sustenta

Do que como, do que me alimento e o que sustenta

Todos os dias como abobrinhas.

Sem querer menosprezar e nem desdenhar.

Mas os lábios da multidão são vãs desarmonia.

Será, seria?

Ou minha tímida percepção.

De não ter consideração.

De não colher a fala de cada canção.

Eu sei é fato.

Como, acabo ingerindo química.

Sou possuído por artefatos ocultos.

Mas me alimento de sonho.

Também da palavra.

Isto quando dou vazão.

Mas o que sustenta.

Ha, ora sim.

A esperança.

O pranto sincero.

O anseio da verdade.

Se é que conheço.

Pois sei que a cruz que remeto.

Um espírito que não tem preço.

Mas acabo consumido.

O atrito do mundo.

Eu reles e singelo.

Alcanço olhos perseguidores.

Talvez minha alma é cheia de valores.

Ou nada, simplesmente.

Um no meio da gente.

Algemado.

Que aprendeu a dedilhar nas teclas da vida.

É um emaranhado.

Nesse campo, vou de lado a lado.

Comendo a dor.

Alimentando da presença da fé.

Ainda que no íntimo, não conheça o genuíno amor.

A misericórdia me sustenta.

E eu.

Só posso me colocar como instrumento.

Ainda que não entenda.

Eu sei.

Oh céus.

Senhor.

O mau pode me odiar.

O altíssimo, meu sustento.

Giovane Silva Santos

Giovane Silva Santos
Enviado por Giovane Silva Santos em 04/02/2021
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