Do que como, do que me alimento e o que sustenta
Do que como, do que me alimento e o que sustenta
Todos os dias como abobrinhas.
Sem querer menosprezar e nem desdenhar.
Mas os lábios da multidão são vãs desarmonia.
Será, seria?
Ou minha tímida percepção.
De não ter consideração.
De não colher a fala de cada canção.
Eu sei é fato.
Como, acabo ingerindo química.
Sou possuído por artefatos ocultos.
Mas me alimento de sonho.
Também da palavra.
Isto quando dou vazão.
Mas o que sustenta.
Ha, ora sim.
A esperança.
O pranto sincero.
O anseio da verdade.
Se é que conheço.
Pois sei que a cruz que remeto.
Um espírito que não tem preço.
Mas acabo consumido.
O atrito do mundo.
Eu reles e singelo.
Alcanço olhos perseguidores.
Talvez minha alma é cheia de valores.
Ou nada, simplesmente.
Um no meio da gente.
Algemado.
Que aprendeu a dedilhar nas teclas da vida.
É um emaranhado.
Nesse campo, vou de lado a lado.
Comendo a dor.
Alimentando da presença da fé.
Ainda que no íntimo, não conheça o genuíno amor.
A misericórdia me sustenta.
E eu.
Só posso me colocar como instrumento.
Ainda que não entenda.
Eu sei.
Oh céus.
Senhor.
O mau pode me odiar.
O altíssimo, meu sustento.
Giovane Silva Santos