Lábios desagradáveis
Lábios desagradáveis
Em geral.
Mesmo assim.
Língua infernal.
Sensibilidade zero.
Nada mais espero.
Aliás, refaço o pensar.
Que realmente exista em algum lugar.
A donzela sensata.
O patrão humilde.
O amigo prudente.
O irmão sempre sorridente.
Mas.
A sociedade mata.
Pois, os lábios são desagradáveis.
Uma pena que eu entre nessa dança.
Também, o medo que dá vazão.
Em algum momento a coragem emerge.
Sim.
Poesia com palavrão, não é meu perfil.
Mas a sociedade intolerante.
Sociedade intransigência.
Sociedade que julga.
Não queria.
Mas vou dizer.
Tem que tomar no olho de thudera.
Sou paz e vivo guerra.
O que pensa ser, ter devera.
Do pó cru.
Do pó nu.
Se não experimentou.
Tome água no sul.
Sai da mente do norte.
Situa.
A língua crua.
Que cheira morte.
Sei mais delongas.
Não perca tempo abrindo sepultura.
A esperança, a fé é minha cultura.
Que certo carrego.
Ainda que pelo medo não nego.
Línguas cortadas.
Mas os anseios, a esperança não será sepultada.
Giovane Silva Santos