Lábios desagradáveis

Lábios desagradáveis

Em geral.

Mesmo assim.

Língua infernal.

Sensibilidade zero.

Nada mais espero.

Aliás, refaço o pensar.

Que realmente exista em algum lugar.

A donzela sensata.

O patrão humilde.

O amigo prudente.

O irmão sempre sorridente.

Mas.

A sociedade mata.

Pois, os lábios são desagradáveis.

Uma pena que eu entre nessa dança.

Também, o medo que dá vazão.

Em algum momento a coragem emerge.

Sim.

Poesia com palavrão, não é meu perfil.

Mas a sociedade intolerante.

Sociedade intransigência.

Sociedade que julga.

Não queria.

Mas vou dizer.

Tem que tomar no olho de thudera.

Sou paz e vivo guerra.

O que pensa ser, ter devera.

Do pó cru.

Do pó nu.

Se não experimentou.

Tome água no sul.

Sai da mente do norte.

Situa.

A língua crua.

Que cheira morte.

Sei mais delongas.

Não perca tempo abrindo sepultura.

A esperança, a fé é minha cultura.

Que certo carrego.

Ainda que pelo medo não nego.

Línguas cortadas.

Mas os anseios, a esperança não será sepultada.

Giovane Silva Santos

Giovane Silva Santos
Enviado por Giovane Silva Santos em 04/02/2021
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