DOIS SIM, NÃO CASAL
Não fomos feitos um para o outro, aceitamos
Somos estrelas distintas e infinitas entre nós
Por mais misturadas, somos água e óleo
Eu sou do trabalho. Tu és dos lençóis
Nosso esqueleto não se articula. Nós voamos
Cada qual para sua cachoeira de medos
Somos justos e nos assaltamos
Nossa tragédia é não termos segredos
Disputamos territórios como soldados
E nenhum vence. Somos exércitos derrotados
Somos grão e pedra sempre partidos
Nossos nervos se repelem como ímãs
Do violão eu sou o bordão. Tu, as primas
Mesmo assim, aturamos a nossos sentidos!