O medo e o poeta
O medo e o poeta (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
O poeta tem a noite para escrever,
Mas tem medo de morrer.
Narra o amanhecer.
Tem o pânico ao entardecer.
Olha para o horizonte
Vê uma nuvem errante.
Seu pensamento vai distante.
Imagina ser um pássaro principiante.
Corre para a janela aberta,
Vê a noite e fica alerta.
Não quer perder a vida farta.
Escreve a última carta.
Faz um pequeno testamento,
Pois a poesia está a cada momento.
Uma linha, um remendo,
Um amor no pensamento.