MOTE DO PAPEL ESCRITO: em todo papel escrito,/ vejo um pedaço de gente

Personificação da escrita no papel

Contém 10 estrofes.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

Roteiro

1 Motivação e objetivo

2 Formas e conteúdos

3 “As palavras voam, os escritos ficam.”

4 A letra revela a alma.

1 Motivação e objetivo

a) Provocação

A vontade de escrever

este mote, em mim, nasceu

quando desapareceu

um texto que eu ia ler.

O responsável vai ser,

deste “modo diligente”,

advertido igualmente

a um relapso predito.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

b) Objetivo deste mote

Gente boa, gente ruim —

a muitos, farei menção,

sem fazer comparação

com Abel ou com Caim.

A intenção, para mim,

deste mote pertinente

é falar “humanamente”

para o leigo e o erudito:

em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

c) Invenção do papiro

Perto de quatro mil anos,

antes da Era Cristã,

realizou-se um afã

que o Homem tinha nos planos.

Os egípcios foram lhanos

inventores deste ente:

o papiro, historicamente,

foi criado no Egito.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

d) Visão solidária

Se vejo um papel, voando,

que, por certo, esteja em branco,

não minto; sou muito franco:

não me fica preocupando.

Mas, se o chão, estou olhando

e vejo um papel cadente

— escrito —, é diferente;

eis a frase que eu recito:

em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

2 Formas e conteúdos

a) “Captei a vossa mensagem.”

Tanto para quem escreve

quão para o leitor também,

a todo escrito, convém

ser tão claro como é a neve.

A “mensagem” sempre deve

ser viva, bela e decente

para tornar-se atraente

ou desmascarar um mito.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

b) Titulação

Sinto quase uma “paixão”

pela escrita no papel.

Meu título de bacharel

passa por tal sensação:

certifica a formação

do meu trabalho discente;

como no corpo docente,

no “diploma”, eu acredito.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

3 “As palavras voam, os escritos ficam.”

a) Comparação com a fala

A “fala” não se compara

a uma palavra “escrita”,

porque nesta se acredita

e a fé naquela é mais rara.

A letra não se mascara,

pois é bem mais transparente

do que uma voz fluente

por microfone bonito.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

b) Permanência de um conteúdo

As palavras são “furtivas”;

não se guardam na memória;

por sua veia simplória,

quase nunca ficam vivas.

As letras são mais cativas;

“relembram” o que a alma sente.

De qualquer pessoa ausente,

seja impresso ou manuscrito,

em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

4 A letra revela a alma.

a) Grafologia

Por meio da escrita à mão,

forma-se a “caligrafia”;

e pela Grafologia,

tem-se da mente a noção.

Fazendo essa conjunção,

dou a regra pertinente:

“a letra revela a mente;

e a escrita, o que foi dito”.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

b) Utilidade

Quando uma pessoa escreve,

revela os seus sentimentos;

expõe os seus pensamentos

de modo profundo ou leve.

É pessoa que se atreve

a enfrentar ambiente,

para se tornar presente

em qualquer área de atrito.

Em todo papel escrito,

vejo um pedaço de gente.

Notas:

1) Papiro (substantivo). Folha para escrever e/ou pintar, feita de tiras cortadas dessas hastes, umedecidas e batidas, e geralmente polida após a secagem [Criada pelos egípcios, foi o principal suporte da escrita na Antiguidade.] Por extensão, manuscrito antigo, gravado sobre essa folha. (HOUAISS).

2) Lhano (adjetivo): movido pela franqueza; sincero, verdadeiro; em que há simplicidade, naturalidade; singelo, despretensioso; que se caracteriza pela amabilidade; afável. Ex.: gesto lhano. (HOUAISS).