Meros Canibais
As necessidades nos fazem sentir de menos
E nossos pensamentos, tão pequenos!
Perdidos num espaço insignificante
Num vazio inquieto de minha alma
Devote-te a cada instante
O nosso alimento é a própria solidão
E nosso orgulho que nos fazem tão fortes
Apenas deixam-nos cada vez mais covardes
Abastecendo-nos de profundos cortes...
São todos iguais, oh tolos mortais!
Sempre querendo mais e mais
Sempre com apetites tão vorazes
Devorando-se uns aos outros
Incapazes de ignorar seus instintos animais
Nossos instintos são perigosos
Camuflados por belezas angelicais
Afinal, o que somos nesse mundo?!
Ora, somos como meros canibais.
(Michele de Vênus, escrito em 26 de Junho de 2012)