Dor nas costas - Chegando com o pé na porta de Vidro
Fugir das estatísticas é bem mais que não ser atingido pela bala perdida que se encontrou no peito do correria
É não ser o que disparou o tiro tendo o próprio peito na mira
Mentira seria dizer que a raiva não domina o coração
A dor que carrega nas costas não é mera falação
Ira constante do Estudante trampando de ambulante, sob olhares amargos vendendo doce Se pergunte porque as histórias são repetidas
"Seu moço, só tento ganhar a vida"
Seria cômico se trágico não fosse, a falta de acesso virar nossa foice
Arreda que eu vou fazer uma pose,
Falar que não preciso de nada enquanto me mato pra pagar minhas posses
Acessível é o sorriso de desespero de saber que dor nas costas tem o peso de um boleto, do ódio dos pretos, dos pedidos de amor enfiados no rego
Setembro amarelo passa em branco vestido de preto
Na testa um beijo
De minha mãe perguntando que horas chego e se chego
O corre não para, santificada seja vossas armas, tenho motivos de pra odiar as fardas e mais ainda pra odiar a raiva
É que as histórias de amor não se assemelhavam a mim quando olhava pra as páginas, amor as palavras fez-me enxergar além da tinta da pele
É que machuca retina fazer poesia e não falar do mundo visto pelo lírico das minha linhas
Enquanto os deles e os nossos se iludem
Achando que fazem revolução com comentário no facebook, deixando os ouvidos no mute,
Porém lute, faz parte debochar da arte de que representa só a parcela da parte na qual o olhar arde sempre que cês joga pimenta
Se a piada foi boa bem coloca então curte, noís é forte noís aguenta né
Se a piada não foi pra você nem surte, noís põe a venda né
Mas a moda agora é instagram pq eu sou culte, o que conta é o tempo na cena né
O tempo em cena, mais de 20 anos educando os zoto pra tomar no cú
É que são muitos os problemas, tenho que manter meus esquemas, se dor rende então venda né
Também quero renda, então arreda que vou fazer um pose e falar de tudo que conquistei com o suor da minha foice
Agressividade é necessária, violência nunca foi
Não tem boi, eu sei que dói nego eu sei que dói nega mas não sei como dói
Destrói saber que o ciclo vicioso são as rodas que não saem da conversa
E conserva a fala de que falador passa mal
Só que não falar não faz bem, pra ninguém
Pior ainda é não saber ouvir
Então que sejam abençoados pelo que crêem
Dêem críticas construtivas, mas pergunte o que se constrói. Pede benção pras véia, cor da tinta que corre nas veias é a mesma cor de quem tu desdenha
Das heranças deixadas não use apenas a coroa, se é humildade que não recebe, então tenha
Das heranças de minha bisa carrego a luta e a loucura
As estatísticas são hereditárias
Dentes caídos e cigarro de palha
Amor e alcoolismo
O que te come e o que te rasga
Demonios e suicidio
Livra-nos de todo mal e cultura local
Assim como sentar corcunda
Besteira é achar que a dor nas costas não vem do peso da Ancestralidade