Tempo

Deita ali ó, perto daquele sofá. Quem sabe o mundo te perdoe por sua cama implorar.

Não é questão de querer ou não se levantar, é que é chato ter o sono subordinado ao despertar. Quem inventou os compromissos, em verdade, não tinha o que fazer.

Pendências, burocracias, tempo a se perder.

Tempo: quanto mais te quero mais não o tenho. Não controlo seu passar, também não te retenho. Confesso que até tento lhe acompanhar, mas, com tantas tarefas, 24 horas não estão a me bastar.

Agenda? Esquece.

Terei a missão de lembrar o que anotei. Não me recordo do que comi ontem quiçá exigir da memória coisas que farei. Como o ócio e o tédio já se tornaram amigos meus, de contato particular, todos os dias finjo que amanhã não precisarei levantar.

E há quem chame de preguiça o não querer fazer, mas quem preguiça tem nem faz de mal jeito, deixa de fazer. Já que prefiro não agir de qualquer jeito, tento fazer tudo mais-que-perfeito. Mas como? Me diga! Se o tempo não me empresta compasso e nem me dá saída?

Volto pro tédio da minha doce rotina. Ora estou com pressa, ora aceito minha sina.

29/07/2017, 14:20h.

Maisalobo
Enviado por Maisalobo em 16/11/2020
Reeditado em 16/11/2020
Código do texto: T7112625
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