Uma aventura casual
Entrei no riacho
para me refrescar.
Estava saudosa do tempo
em que eu me banhava
Naquelas correntezas,
de águas cristalinas.
Quis matar a saudade
Dos tempos de menina.
Eu mal sabia, que depois,
teria história para contar.
Às vezes, a água era rasa.
Outras vezes, era funda.
Mesmo ciente,
de que já não sou uma guria,
tornei-me um tanto atrevida,
pois fui entrando naquelas águas
E por cima daquelas pedras,
fui caminhando,
com muito cuidado,
como se em ovos pisasse.
Me serviu de apoio,
um cajado improvisado.
Mesmo assim, todavia,
escorreguei devagarinho.
Quase em câmera lenta,
fui deitando lentamente,
sobre aquela cama de pedras duras.
Pra falar a verdade,
eu caí como fruta madura.
Minhas pernas foram ao ar.
Por sorte, a cabeça não bati,
numa pedra bem talhada,
nessa aventura para guri,
Foi assim que descobri,
que esse esporte
é para gente jovem,
com agilidade e desenvoltura.
Ali não adiantava elegância.
Muito menos, postura.
Não serve para ancião,
com joelho travado,
que não aguenta escorregão.
Estava eu iludida,
pois acreditava, até então,
que nesta vida, de tudo,
eu daria conta.
Mas, como boa aprendiz
Mais uma descoberta,
sem querer, eu fiz,
naquela situação.
Descobri pela dor,
e pelo susto,
que não basta querer.
Eu ainda não sabia,
que para algumas coisas,
é preciso condição,
E uma certa dose de poder.
Depois daquele susto,
cheguei a uma óbvia conclusão.
O melhor é usar todos os sentidos
e recursos, que estiver à mão:
bom senso, acuidade visual,
Uma pitadinha de juízo.
E, literalmente,
Botar os pés no chão.
Isso tudo, se queremos
proteger o cabeção
Nada de águas rasas ou fundas.
Para o bem viver e a segurança,
juízo é quase uma condição.
A sensatez, tanto quanto a visão,
Faz bem para o corpo todo,
Principalmente, para quem
Já deixou de ser uma criança.