ESCRAVIDÃO TECNOLÓGICA
Trocaram as correntes
Por cabos terminais
O capitão do mato
Tem uma câmera por trás
Já não a liberdade sente
Na calada noite ardente
Me capo
No canto escuro escapo
O chip me localiza
Dentro do quarto agoniza
O trabalho virtual
E o que pensei menos mal
Na minha falsa visão
É certamente
A mais louca escravidão
Tecnológica
Por consequência
Vivo trancado na minha vida
Na mais perversa lógica
Não sou livre
Não tem vida
Sou um filho
Da evolução perdida
Seu nome crive
No final dessa crise
Tatuado na ferida
Do nada
Dos restos de liberdade
Cadê o sol?
E a lua?
Nesse recinto nua
Adormecida a menina
Cresce e não anuncia
Faz mais não se vê
Uma múmia perdida
No novo mundo invisível
Onde nada existe
E tudo é possível
Menos abrir a porta
Não importa
Só a solidão
E milhares de mensagens
Rompendo a virgindade
Do ser
Viramos um robô
Um monstro sonhador
Em frente ao computador.