ESCRAVIDÃO TECNOLÓGICA

Trocaram as correntes

Por cabos terminais

O capitão do mato

Tem uma câmera por trás

Já não a liberdade sente

Na calada noite ardente

Me capo

No canto escuro escapo

O chip me localiza

Dentro do quarto agoniza

O trabalho virtual

E o que pensei menos mal

Na minha falsa visão

É certamente

A mais louca escravidão

Tecnológica

Por consequência

Vivo trancado na minha vida

Na mais perversa lógica

Não sou livre

Não tem vida

Sou um filho

Da evolução perdida

Seu nome crive

No final dessa crise

Tatuado na ferida

Do nada

Dos restos de liberdade

Cadê o sol?

E a lua?

Nesse recinto nua

Adormecida a menina

Cresce e não anuncia

Faz mais não se vê

Uma múmia perdida

No novo mundo invisível

Onde nada existe

E tudo é possível

Menos abrir a porta

Não importa

Só a solidão

E milhares de mensagens

Rompendo a virgindade

Do ser

Viramos um robô

Um monstro sonhador

Em frente ao computador.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 26/10/2020
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