SALA DE AULA
São anos e (d)anos de escola
E no quadro aquela história
Aquela velha história, professora e lousa
O futuro quem sabe: lavar louças
Tudo isso por causa de um turbilhão
Sabe é tanta paixão
Que lousa e professora
Mais se parecem com bruxa e vassoura
Não há cara a cara
Olho no olho
Há um abandono, um empurrão
Vidas crescentes numa descida ao porão
O pó branco do giz tocando o chão
O pó branco da coca cortando coração
E assim caminha a escola
Velha e decrépita
Mas dona da bola
Dona do jogo
Fazedora de doidos e de bobos
Mas onde está o pára-raios
Os pára-choques
As férias de maio
As quadras de esporte?
Pois dentro dos sentados
Ruge um furacão
Que não permitirá jovens sepultados
Nem prisão num barracão
Esse furacão é grandioso
É grandiloqüente
Esse furacão é poderoso
Dá o sorriso da gente
Viva o furacão na sala de aula
Viva a inteligência animada
Cósmica visão da criação
Pincelada de raiva com devoção
Jovens nomes Jovens homens Jovens Jovens
Leonardo Daniel
leodanielrb@yahoo.com.br