VÃO DA NOITE

VÃO DA NOITE

Pelo vão da noite eu saio

cambaleando o meu gole,

passos torpe, miolo mole.

Enquanto o silencio é estilhaçado

pelo ladrar de cão... Eu tropico num

pico de paralelepípedo e me

espalho na calçada. Um vulto vaga

sob o clarão da lua. Nesse ínterim...

Eu vou cascateando a minha cascata

com toda prata da minha solidão.

Arrisco uma serenata pela rua

aonde apresento a minha mímica

para aquela ingrata... E com a minha

dor... Eu rascunha uma cena no ar...

E logo vou ao chão contar as lagrimas

caídas pelo meu triste coração.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 13/10/2020
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