VÃO DA NOITE
VÃO DA NOITE
Pelo vão da noite eu saio
cambaleando o meu gole,
passos torpe, miolo mole.
Enquanto o silencio é estilhaçado
pelo ladrar de cão... Eu tropico num
pico de paralelepípedo e me
espalho na calçada. Um vulto vaga
sob o clarão da lua. Nesse ínterim...
Eu vou cascateando a minha cascata
com toda prata da minha solidão.
Arrisco uma serenata pela rua
aonde apresento a minha mímica
para aquela ingrata... E com a minha
dor... Eu rascunha uma cena no ar...
E logo vou ao chão contar as lagrimas
caídas pelo meu triste coração.
Antonio Montes