Pássaro e poeta
Pássaro e poeta (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Poeta triste e sem versos,
Tenta construir um pequeno poema.
Não tinha ideia do que seria.
Jamais pensava nas rimas.
Triste, sem rumo,
Olhou para cima e viu um pássaro.
Pousado em alguns fios,
Fitava o poeta em todos os movimentos.
Olhava para o papel...
Distraia com a caneta na mão.
Contemplava a letra “s”,
Que mais parecia uma minhoquinha.
Ria da letra “o”, tinha semelhança com o ninho.
Pia um novo cântico,
Como se fosse mostrar ao poeta para observá-lo.
Abria o bico e soprava algumas notas musicais.
O poeta, então, largou tudo.
Ficou ali observando o lindo pássaro,
Pulando nos fios
E cantando uma canção.
O tempo foi passando,
As horas indo embora.
Esquecendo o poeta do poema,
Escreveu uma pequena crônica.
Nela, recheada de adjetivos,
Descreveu o pássaro mais lindo já visto.
Desenhou as penas,
Coloriu-o na mais linda cor.
Quando acabou,
E lendo a crônica,
Viu que construiu uma linda poesia,
Nomeando-a de “Pássaro poeta”.