Lugar Comum
A roupa suja e rasgada, a pele escura ou parda
A ambulância, as pessoas, a sirene, os carros
Morando na rua sua cama é a calçada
Todos por ela passam mas ninguém diz nada
O álcool entorpece sua mente aleijada
Trapos e farrapos uma vasilha vazia
Onde ela comia já não resta mais nada
A cidade é bonita as luzes são frias
A noite é escura a comida não tinha
Uma moeda é jogada
Cara ou coroa, qual sorte empregada?
Se a escolha for boa já não significa mais nada
O dia amanhece as luzes se apagam
Ela se levanta é a mesma calçada
O tempo no relógio da pessoa apressada
Por que estou aqui? Pensa calada...
A mente lhe traz lembranças
Sacode a cabeça, alma machucada.
Abraça cachorro para se sentir amada.