Quando dormir
Quando dormir (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Os minutos vão passando,
Ao toque do relógio na parede.
O tic-tac bem cronometrado
Faz com que o organismo se tranquiliza.
Lá fora os veículos buzinam
Aumentando mais o ronco dos motores.
Ainda é noite, noite de calor.
Alguém deitado, sentindo dor.
O grilo canta a canção
Que desperta o coração.
O poeta, ainda acordado,
Pensa em alguns versos.
Não são tantos, mas um pouco,
Que falam da noite e da madrugada.
Escreve algo para o coração,
Da amada, da poesia, sua oração.
O tic-tac do relógio continua,
Parece que bate mais forte.
O silêncio agora é profundo,
É noite, acabou o lazer do mundo.
Ouvindo mais uma vez o tic-tac do relógio,
O poeta faz os últimos versos da noite.
Abre a boca, pois o sono se aproxima,
Fica triste porque não conseguiu a rima.
Com os olhos pesados do longo dia,
Um texto pensou que lia.
Não pôde, pois os olhos fecham para o sono.
Quando dormir, ele esquece, pois já dormiu.