Parados no tempo

De repente o relógio de pulso para

E como num ciclo

Raul Seixas volta a ser tocado

O dia em que a Terra Parou

O mundo lá fora virou um caos

Mortes justificadas por um vírus aterrorizam

Em detrimento até das que sempre ocorreram

Xenofobia

Homofobia

Machismo

Tiroteios

Afinal, qual é o pesadelo?

O sangue que deveria cessar, jorrou.

O povo que deveria gritar

Calou.

O mundo parou.

No entanto

As pessoas não param.

O pedido de socorro da natureza,

Pegando fogo,

Soa como um mosquito

Incomoda

Mas aprendemos a conviver.

Triste!

Lamentável!

O que importa virou do avesso.

Ah se não fosse o tempo

O que seria de nós?

Corpos!

Só corpos!

Vagando por uma terra de ninguém

Criado por um Deus

Não se sabe como

Exaltado

E assassino

Na boca de muitos.

Aquele relógio parado se fez de gatilho.

_ Menina! Não olha pro lado, olha pra dentro!

Quando quiser mudar o mundo

Mude primeiro os olhos que o interpreta

Mude primeiro a concepção que você o enquadra

O mundo parou pedindo reclusão

Nunca respeitamos tanto os quietos

Aqueles introvertidos

Que revolucionam com suas ideias

Nunca assistimos tantos filmes e imploramos tanto pelo teatro

Arte

Cores

Eis a arma da paz

É quando você se senta em um canto qualquer

A céu aberto

Percebe a correria do dia a dia e isso não te afeta

Seu coração pulsa

Parado no peito

Sua respiração se acalma

Eis o segredo da paz

É estar em paz

Vento bagunçando o cabelo

Que já não tem pretensão de estar ajeitado

A gente se esbarra com

Duas

Três pessoas

Respira e passa

Transpassa

Sozinho

Tranquilo.

Nayanne Justiniano
Enviado por Nayanne Justiniano em 19/09/2020
Código do texto: T7067094
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