Falar em poesia
Falar em poesia (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
A poetisa está debaixo da árvore,
Com uma caneta e um caderno.
Toca o tronco da árvore, que é um cerne.
Olha para o alto e vê os galhos
Carregados de flores amarelas,
São flores de ipê.
Em uma das flores áureas,
Um pequeno inseto ali sobrevoa.
É uma abelha zunindo sua canção.
Aos poucos sente o coração
Falando do amor eterno.
É a lembrança
De quando era criança,
Nos dias quentes do mês de agosto
Onde o sol reflete no rosto.
Senta-se ela debaixo do tronco
Pensa até tirar um ronco.
As mãos firmes seguram a caneta,
O rosto expressa até uma careta.
No lindo caderno de capa dura,
Ela reflete a doçura
De ser livre, como um pássaro.
Vai escrevendo as poucas letras,
Lembra que as tintas de nas cores pretas.
Queria escrever de caneta azul
Relatando as colinas do sul.
Assim o rosto atencioso,
Franje em um ponto com um sorriso.
Nascem os mais lindos versos,
Dos mais dinâmicos para o universo.
A jovem poetisa escreve
Que o amor é mais puro
Mesmo estando no escuro.
Com a caneta e caderno
Termina o magnífico poema eterno.