Já fui folha tenra, inocente
Gilberto Carvalho Pereira
Fortaleza, CE, 19/8/2020
Do ventre da árvore mãe saí, amparado em solo fértil
Não contente, como folha, deixei-me cair
Saudades plantei, experimentei, mas precisava sonhar
Desenhar o meu caminho, cunhar a minha própria trajetória
Escrever, indelével, minha história
Minha existência foi levada por bons ventos que sopravam
Às vezes forte, às vezes moderados
Que me transportaram para diferentes paisagens, adaptação
Como folha fui testado em ambientes ásperos
Submeti-me a distintas condições e fatores
Passei frio, chuvarada, trovoada, poeira, dissabores, amores
Fatores que não limitaram o meu desenvolvimento ético e moral
Os quais orientaram e disciplinaram o meu proceder
Hoje sou homem efetivo, realizado, marido, pai, avô, amado
Como qualquer ser vivo, nasci, tive infância, adolescência e a fase adulta
Resta-me o fenecer, que demore a acontecer!