OITO QUADRAS SOLTAS
Nada é meu, nada me pertence,
Só me tenho a mim próprio,
Sigo sempre em frente,
Sou bastante sóbrio.
É uma ilusão pensar que temos
Quando não é nada nosso,
O que mais queremos,
É ser muito devoto.
Enquanto o sol não desaparece,
Eu lhe rogo uma prece,
Para me aquecer,
Até eu morrer.
A lua cheia quer competir com o sol,
Dando-me luz durante a noite,
Cobrindo-me com o lençol
Para não ouvir o coiote.
Não guardo rancores nem vinganças,
Sou pessoa de boas esperanças,
Desde que seja respeitado
Por mim tão desejado.
Vou roubar-te um beijo tão disputado,
Esperando ser por ti perdoado,
Beijo tão doce e meigo,
Meu melhor ensejo.
És o ultimo amor da minha longa vida,
Não vou a tempo de ter outro,
Os anos já dão para o torto,
Não é o que eu merecia.
Ruy Serrano - 09.08.2020